Enquanto o secretário de Saúde de Rio Preto, Rubem Bottas, condenado em duas instâncias por duplo crime de violência contra a mulher, permanece no cargo, a médica Merabe Muniz, servidora de carreira e presidente do Sindicato dos Médicos, é afastada de suas atividades profissionais, sem que tenha sido "condenada" na sindicância em andamento. O motivo? Usar do direito constitucional à liberdade de expressão e denunciar o cais da Saúde. A decisão, tomada em conjunto pelo prefeito Fábio Candido (PL) e pelo próprio Bottas, expõe uma contradição gritante: um condenado pela Justiça segue no comando da pasta, enquanto uma médica sem nenhuma condenação é punida por se manifestar.
Desde que assumiu a presidência do Sindicato dos Médicos, Merabe Muniz tornou-se uma voz crítica contra as políticas de saúde do município. O prefeito Fábio Candido, orientado por Bottas, comprou uma briga aberta com os médicos da rede pública, especialmente os que atuam nas emergências das UPAs. Denúncias de falta de estrutura, insumos e condições de trabalho foram levantadas por Merabe, que sempre defendeu os profissionais da saúde e os pacientes. No entanto, em vez de diálogo, a resposta da gestão foi o afastamento da médica, sem qualquer notificação formal ou processo justo.
Enquanto Merabe Muniz é afastada sem condenação judicial, Rubem Bottas, cujos crimes contra mulheres são de conhecimento público, continua à frente da Secretaria de Saúde. A situação levanta questionamentos sobre os critérios adotados pela gestão municipal: por que um condenado pela Justiça permanece no cargo, enquanto uma servidora que lutou pelos direitos da categoria é punida? O afastamento de Merabe não é apenas um ataque à liberdade de expressão, mas um sinal preocupante de que, em Rio Preto, a política parece estar acima da ética e da justiça.
DIZ O GOVERNO
Nota à Imprensa
"A Prefeitura de Rio Preto informa que a autoridade instauradora optou, como medida cautelar, pelo afastamento do exercício do cargo da médica Merabe Muniz até o término das trabalhos da Comissão Processante da Portaria 1.201 de 3 de fevereiro de 2025. O afastamento, sem prejuízos dos vencimentos, é previsto pela lei complementar 664/2021, para que o funcionário não venha a influir na apuração da irregularidad."
DIZ MERABE
"Desde que abri o processo contra o prefeito Fábio Candido e o secretário de saúde Rubem Bottas, por calúnia e difamação contra a mim e a classe médica, venho sofrendo perseguição política dentro e fora do serviço, que encontra-se estampada nas várias portarias onde o secretário tenta me impedir de fazer minhas atividades sindicais de fiscalização, como também, em situações que envolve a minha atuação no serviço… estao tentando me desqualificar, por estar expondo as pessimas condições de gestão em saúde pública que a atual secretaria municipal de saúde vem exercendo…
Estou incomodando bastante por não deixar eles maquiarem a realidade vivida pelos nossos pacientes na urgência e emergência… sempre trazendo verdades a tona… e provando a veracidade das mesmas.
Essa medida de afastamento remunerado, prova que eles em momento nenhum estão pensando na população, visto que o serviço atualmente precisa de profissionais médicos, a qual sou, e com ampla experiência em atendimentos de pacientes grave, estão focados em tentar me calar, mas não darão conta, pois mesmo afastada como médica, continuarei a visitar as unidades, e sem aviso prévio, visto que a portaria 9 que o secretário publicou, claramente tentando me impedir de fiscalizar, é inócua e sem fundamento jurídico!".
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