A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte de Rio Preto está à beira de um colapso, e a presidente do Sindicato dos Médicos, Merabe Muniz, não mediu palavras para denunciar o caos que testemunhou durante plantão entre segunda-feira (3) e esta terça-feira (4) na unidade. "A UPA está com 17 pacientes acima da sua capacidade", declarou a médica, que não escondeu sua indignação ao relatar o caso de um paciente que aguarda um leito hospitalar desde o dia 25 de janeiro. "Cadê os leitos contratados?", questionou Muniz, em um ataque direto ao prefeito Fábio Candido (PL) e ao secretário de Saúde, Rubem Bottas.
A situação é ainda mais alarmante quando se considera que a prefeitura firmou um contrato milionário, no valor de R$ 30,3 milhões, com o Hospital de Base e a Santa Casa, justamente para garantir leitos extras e desafogar as UPAs. No entanto, o que se vê é um cenário de superlotação, desespero e descaso. Enquanto os cofres dos hospitais contratados engordam, a população sofre com a falta de assistência básica.
PROMESSA
Durante a campanha eleitoral, o prefeito Fábio Candido prometeu que, nos primeiros dois anos de governo, daria uma "nova cara" para Rio Preto. Pois bem, a cidade está, de fato, de cara nova – mas não da forma que os rio-pretenses esperavam. A UPA Norte, que deveria ser um exemplo de eficiência, tornou-se um símbolo do descaso com a saúde pública. Pacientes amontoados em corredores, profissionais de saúde sobrecarregados e uma sensação generalizada de abandono são o retrato atual da unidade.
Merabe Muniz não poupou críticas ao descrever o cenário caótico. "É inadmissível". A indignação tem como suporte um contrato de valor vultoso, mas que mantém a população sem acesso a leitos que constam do tal contrato. Um paciente cobrou: "onde está o dinheiro público investido?", para em seguida questionar: "por que os leitos contratados não estão disponíveis?".
SECRETÁRIO NO LIMBO
O secretário de Saúde, Rubem Bottas, já está no centro de uma série de polêmicas, e a situação da UPA Norte só aumenta a pressão sobre sua gestão. Acusado de incompetência e de gerir a saúde pública com descaso, Bottas parece mais preocupado em manter seu cargo do que em resolver os problemas que assolam a população. Enquanto isso, o contrato milionário com o Hospital de Base e a Santa Casa segue sendo alvo de questionamentos. Para onde está indo o dinheiro público? Por que os leitos contratados não estão sendo disponibilizados?
A denúncia de Merabe Muniz escancara uma realidade que o governo tenta esconder: a saúde pública em Rio Preto está em estado terminal. E, diante de tanto descaso, a pergunta que fica é: até quando a população terá que pagar o preço por uma gestão que parece mais interessada em números do que em vidas?
CARA NOVA
Enquanto o prefeito Fábio Candido se gaba de cumprir sua promessa de dar uma "nova cara" à cidade, os rio-pretenses estão de cara com a dura realidade: uma saúde pública em frangalhos, um contrato milionário que não resolve o problema da falta de leitos e uma gestão que parece mais preocupada em manter aparências do que em salvar vidas. A UPA Norte é apenas a ponta do iceberg de um sistema que está à beira do colapso. E, diante de tanto descaso, a pergunta que não quer calar é: até quando?
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