O governo do prefeito de São José do Rio Preto, Fábio Cândido (PL), coronel aposentado da Polícia Militar, parece ter importado para a gestão pública a lógica hierárquica e fechada das corporações militares. Apesar de ter levado cerca de 15 militares para compor sua equipe em secretarias e autarquias estratégicas, e de contar com uma profissional experiente à frente da comunicação – ex-integrante da área de comunicação social da PM –, a administração municipal peca justamente onde deveria brilhar: na comunicação. O resultado é um governo que não dialoga, não informa e, pior, não se faz entender pela população.
A falta de resposta às demandas dos jornalistas é apenas a ponta do iceberg. Profissionais da imprensa reclamam da dificuldade de acesso a informações básicas, especialmente em plantões de finais de semana e feriados, quando a assessoria parece sumir do mapa. Mas o problema vai além do trato com a mídia. Outro problema crônico, e não é exclusividade desse governo, ê a "censura branca" aos secretários municipais. Eles simplesmente não podem falar com jornalistas. O governo simplesmente não se comunica com a população. Seus feitos, quando existem, passam despercebidos, pois não há um canal eficiente que traduza para a sociedade o que está sendo feito (ou deixado de fazer) pela cidade.
A aposta nas redes sociais como principal meio de comunicação é um erro crasso. Enquanto o governo posta conteúdos que nem sempre chegam ao público-alvo, grande parte da população – especialmente aquela que vive nas periferias – segue sem acesso à internet ou sem familiaridade com as plataformas digitais. O resultado é um abismo entre o poder público e o cidadão, que não sabe o que está sendo feito com os recursos que ele mesmo contribui.
Além da comunicação falha, o governo precisa parar de reclamar dos problemas da cidade e começar a resolvê-los. Não adianta chorar as pitangas sobre ter apenas 1% do orçamento municipal para este primeiro ano de mandato. Fábio Cândido sabia dos desafios que uma metrópole com mais de meio milhão de habitantes enfrenta. Seus eleitores não o elegeram para descobrir culpados ou expor problemas, mas para apresentar soluções, como prometido em campanha. A cidade não quer saber de justificativas; quer ações concretas daquele que, durante a corrida eleitoral, parecia ter resposta para tudo.
Se Fábio Cândido quer deixar um legado positivo em São José do Rio Preto, precisa urgentemente rever sua estratégia de comunicação e, principalmente, parar de justificar a inação. Governar é assumir responsabilidades, e não ficar apontando dedos. A cidade está esperando por ações, e o tempo de promessas já passou. Afinal, como diz o ditado, "quem sabe faz, quem não sabe ensina". E, pelo visto, este governo ainda tem muito a aprender.
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